Nota sobre o Relatório Violência Contra os Povos Indígenas no Brasil



O relatório que traz dados sobre violências e violações contra povos indígenas no Brasil é publicado pelo Cimi há mais de 30 anos, ao longo de diferentes configurações governamentais O Relatório de Violência Contra os Povos Indígenas do Brasil não é um instrumento de ocasião.



 O mesmo é publicado pelo Conselho Indigenista Missionário – Cimi há mais de trinta anos, ao longo de diferentes configurações governamentais. A metodologia utilizada pelo Relatório é a pesquisa in loco, feita através das nossas equipes de base, aliada à coleta de informações de órgãos públicos, acessadas por meio da Lei de Acesso a informação, e ao acompanhamento e sistematização de notícias veiculadas por órgãos de imprensa. 



Os dados de 2019, divulgados no dia 30 de setembro de 2020 pelo Cimi, ainda que não esgotem todos os casos de violências e violações contra os povos indígenas no Brasil, representam um retrato da grave realidade vivenciada pelos povos indígenas naquele período. Os dados objetivos atestam um aumento intenso das violências contra os povos no ano de 2019, primeiro ano do governo Bolsonaro. Reafirmamos os dados do Relatório de Violência de 2019, ano em que se acentuou um brutal desmonte dos órgãos de fiscalização e proteção dos territórios e dos direitos indígenas.


 Lamentamos que a Funai também tenha sofrido com a atual política de intervenção, visando o seu desmonte e a redução de sua importante finalidade, que é a da defesa e proteção dos direitos dos povos indígenas, fato este que vem sendo denunciado pelos indígenas e pelos próprios servidores deste órgão. O Cimi cobra dos órgãos públicos suas responsabilidades institucionais e constitucionais e que não sejam instrumentalizados por interesses ideológicos de governos que são transitórios. Continuaremos lutando para que um dia não tenhamos que publicar relatórios de violência com dados que chocam o Brasil e o mundo.


 Brasília, 02 de outubro de 2020 Conselho Indigenista Missionário

Postado por : Marcelo Bonfim

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