Londres, após sediar sua terceira Olimpíada, deixa grandes ensinamentos de como se organizar um evento desta magnitude.
Foram 19 dias do espetáculo olímpico que domingo chegou ao fim. A partir de agora, as atenções do mundo esportivo se deslocam da Inglaterra para o Brasil. E Londres, após sediar sua terceira Olimpíada, deixa grandes ensinamentos de como se organizar um evento desta magnitude. Outra conclusão destes Jogos é que o esporte brasileiro necessita de muito investimento. Excluindo o futebol, o vôlei e, em alguma medida, a natação e o judô, a maioria de nossos atletas olímpicos segue sendo formada por abnegados que lutam contra todo tipo de dificuldade pra chegar ao topo.
A capital inglesa sobrou em organização. Dos equipamentos olímpicos ao transporte, passando pela segurança pública e pela simpatia contida dos bem humorados britânicos, a Olimpíada de Londres 2012 foi um sucesso – apesar dos problemas na venda dos ingressos e lugares vazios em algumas competições. Os estádios e locais de competições receberam o público com conforto, a extensa rede de metrô, ônibus e trens levou torcedores, atletas e o londrino trabalhador aos seus destinos com pontualidade, e a segurança foi impecável.
No transporte, testes de multidão foram realizados antes do início dos Jogos e ninguém deixou de chegar onde queria. Pistas exclusivas para atletas e organizadores geraram protestos de taxistas e motoristas, mas evitaram atrasos em competições, como ocorreu em Atlanta 1996. Mas, se por um lado os britânicos dão exemplo de organização, faltou contaminar as ruas com o espírito olímpico e, porque não, festivo. Esse, não há dúvida, é um dos grandes trunfos do Brasil para 2016.
Em termos esportivos, surpresas e decepções para os brasileiros. A judoca Sarah Menezes provou que não é necessário treinar nos grandes centros para alcançar o alto nível. Levou o ouro para o Piauí e seguirá em Teresina para defender o título. O ginasta Arthur Zanetti chegou sem a badalação dos colegas Hypólito e Daiane dos Santos e pintou de ouro as argolas de Londres depois de treinar durante toda a sua carreira com as argolas que o pai marceneiro fabricava. A superação da boxeadora Adriana Araújo deu a única medalha baiana. O bronze do desabafo contra a Confederação de Boxe, que a obrigou a deixar seu técnico e Salvador para treinar com a seleção em São Paulo, orgulhou o estado.
Sem apoio - Enquanto a medalhista foi obrigada a deixar a Bahia, os outros baianos foram quase convidados a buscar outros ares. Exemplo do herói olímpico Ricardo, do vôlei de praia, que, apesar de suas três medalhas, nunca recebeu o apoio necessário para continuar em Salvador. Está há 14 anos em João Pessoa.
O futebol decepcionou com a prata, novamente, mesma cor de medalha que propiciou um dos momentos mais emocionantes dos Jogos: o choro contido de Emanuel, que sofria por não saber se terá forças para chegar ao Rio 2016 depois de perder o ouro no vôlei de praia ao lado de Alison. E para fechar, a garra das meninas do vôlei, que com muita superação e amor à camisa, saíram de últimas classificadas na primeira fase para o bicampeonato. Assim encerramos nossa cobertura aqui de Londres, terra exemplar na organização. Agora, está em nossas mãos. Até 2016.
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