A nação pôde enfim comemorar. Corinthians campeão!


Quem disse que apenas uma Boca haveria de ser calada para o invicto Corinthians se sagrar Campeão da Libertadores da América? Os onze herois quem entraram, nesta quarta-feira (4), no gramado do estádio Pacaembu, em São Paulo, sabiam da responsabilidade de silenciar milhões de brasileiros que torciam contra o seu pragmático e eficiente futebol.
Mas, calar uma nação seria impossível. Então, o remédio teria de ser que outra nação se destacasse com um grito mais forte e mais alto. Assim, os dois gols de Emerson, no segundo tempo, deu a oportunidade esperada. E a Fiel corintiana não decepcionou. O som guardado, após mais de 100 anos de história, pôde enfim ser ouvido. Corinthians, finalmente, campeão! Só resta os parabéns.
O JOGO
O Corinthians entrou em campo com o estádio, o gramado, a torcida e a expectativa jogando ao seu lado. O tão esperado dia histórico havia chegado. Mas, o início do primeiro tempo mostrou quem era o dono da bola. E ela era do Boca Juniors. A equipe argentina encurralou os donos da casa, que não tiveram outra opção a não ser se defender. Mas, o domínio do experiente visitante não renderam sustos a meta do goleiro Cássio.
Na verdade, a primeira oportunidade de soltar o grito da garganta foi dada ao bando de loco alvinegro. Aos 16 minutos, o atacante Emerson fez boa jogada individual, foi à linha de fundo, passou por dois marcadores e cruzou para a área. Antes que qualquer corintiano tivesse a oportunidade de testar para o gol, Ledesma desviou para escanteio e afastou o perigo da meta de Orión.
Não houve tempo para o goleiro do Boca Juniors levar outro susto em baixo de suas traves. Após uma trombada com um companheiro de equipe, Orión sentiu o tornozelo e não conseguiu permanecer na partida. Esta quarta-feira de final de Libertadores não era o dia de o arqueiro viver cada minuto entre a linha tênue de ser herói ou vilão. Então, a responsabilidade recaiu sobre o substituto Sebastián Sosa.
A posse da bola mudou de lado do meio para o fim da etapa inicial. O Corinthians, empurrado por sua fiel torcida, mostrou quem mandava no Pacaembu e conseguiu se sobressair ofensivamente em sima dos adversários. Mas, assim como o Boca, o Timão não aproveitou os 64% de controle da bola e foi para o intervalo com o 0×0 no marcador.
ENFIM, O FINAL
A história, então, ficou reservada para o segundo tempo. E apenas oito minutos foram necessários para que o sonho alvinegro começasse a trilhar no caminho da realidade. Em falta cobrada pelo meia Alex, a bola desviou na cabeça de Jorge Henrique e pingou no meio da área argentina. Ainda sem dono, ela chegou aos pés de Danilo que, meio sem jeito, arriscou um toque de calcanhar e deixou o atacante Emerson de cara com o gol. O resultado disso tudo pode ser ouvido por todo o Brasil, após o grito solto da garganta corintiana. Timão 1×0 Boca!
Mas, para derrubar o Boca, um gol não parecia páreo. Os argentinos, inclusive, sabiam disso. E aos 26 minutos, o meia Riquelme bateu uma falta com o capricho que lhe é peculiar, e encontrou a cabeça de um companheiro, que parou na boa defesa do arqueiro Cássio. O Corinthians também sabia da força adversária, e um minuto depois do lance, escreveu o nome na história da Libertadores da América. Mais uma vez com ele, Emerson.
A bola estava sob a posse do Boca Juniors. Schiavi, no alto de sua experiência, levantou a cabeça e tentou um passe meio descompromissado. E o azar argentino deu as mãos com a sorte corintiana. A bola foi parar logo no pé de quem não estava de azul e amarelo. Ela parou nos pés de Emerson. Então, o atacante só teve o trabalho de arrancar, ganhar de Caruzzo na corrida, escolher o canto e correr para o abraço. O tiro necessário para a fatura ser liquidada, e o título Sul-Americano ficar no Brasil.
FICHA DE JOGO
CORINTHIANS 2 x 0 BOCA JUNIORS
CORINTHIANS
Cássio; Alessandro, Chicão, Leandro Castán e Fábio Santos; Ralf, Paulinho, Alex (Douglas) e Danilo; Jorge Henrique (Wallace) e Emerson (Liedson). Técnico – Tite.

BOCA JUNIORS
Órion (Sebastián Sosa); Franco Sosa, Schiavi, Caruzzo e Clemente Rodríguez; Ledesma (Cvitanich), Somoza, Erviti e Riquelme; Mouche (Viatri) e Santiago Silva. Técnico – Julio César Falcioni.

LOCAL: Estádio do Pacaembu, em São Paulo.
ÁRBITRO: Wilmar Rondán (COL)
GOL: Emerson (aos 8 e aos 27 do 2ºT).
CARTÕES AMARELOS: Mouche, Caruzzo, Santiago Silva, Schiavi (Boca), Leandro Castán, Jorge Henrique e Chicão (Corinthians)
RENDA E PÚBLICO: Não disponível

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